segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Alfalbeto




LIBRAS

Conceito

A Língua Brasileira de Sinais foi desenvolvida a partir da língua de sinais francesa. As línguas de sinais não são universais, cada país possui a sua.

A LIBRAS possui estrutura gramatical própria. Os sinais são formados por meio da combinação de formas e de movimentos das mãos e de pontos de referência no corpo ou no espaço.

Segundo a legislação vigente, Libras constitui um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas com deficiência auditiva do Brasil, na qual há uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria.

Decretada e sancionada em 24 de abril de 2002, a Lei N° 10.436, no seu artigo 4º, dispõe o seguinte:

"O sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente".

Dicionário Digital

A Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC) produziu o Dicionário Digital na Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, no formato CD-Rom. Foram distribuídos cerca de 15 mil dicionários para todo o País. Espera-se que cerca de 50 mil estudantes de escolas públicas brasileiras utilizem o material.

O CD-Rom apresenta as palavras em movimento na Língua de Sinais. Este produto foi criado para auxiliar a capacitação de professores que irão trabalhar com alunos deficientes auditivos do Ensino Fundamental.

Outro material de suporte para o ensino-aprendizagem da LIBRAS é o Dicionário Enciclopédico Trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira (Português, Inglês e Língua de Sinais), elaborado pelo professor Fernando César Capovilla, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (em versão impressa).

Composição do Dicionário de LIBRAS

Publicado pela Edusp, o Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira apresenta dois volumes, num total de 1.620 páginas. Contém três capítulos introdutórios, um corpo principal de sinais, um dicionário Inglês-Português, um índice semântico, três capítulos de Educação e três de Tecnologia em Deficiência Auditiva.

Preparação

Durante cerca de cinco anos foram elaboradas pesquisas no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, com o apoio de várias organizações e professores especializados da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos. O dicionário foi aprovado após inúmeras reuniões e aperfeiçoamentos no Laboratório de Neuropsicolingüística Cognitiva Experimental da USP.

Prêmio Jabuti 2002

Pela sua relevância, o Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira foi indicado pela Câmara Nacional do Livro ao Prêmio Jabuti 2002, na categoria de Melhor Livro de Educação e Psicologia.


Links

Dicionário de LIBRAS Ilustrado (CD-Rom). Governo do Estado de São Paulo.
http://www.saopaulo.sp.gov.br/hotsite/libras/index.htm


Língua Brasileira de Sinais. AJA - Associação do Jovem Aprendiz.
http://www.libras.org.br/

Legislação referente a Língua Brasileira de Sinais.
http://www.libras.org.br/leilibras.htm


Dicionário LIBRAS.
http://www.dicionariolibras.com.br/website/index.asp


Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira.
http://integracao.fgvsp.br/ano4/8/noticias.htm


Secretarias dispõe de dicionários de LIBRAS. Último Segundo. IG. 26/09/2002.
http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/vestibular/artigo/0,,930013,00.html

São Paulo lança Dicionário Digital da Língua Brasileira de Sinais. Último Segundo. IG. 26/09/2002.
http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/notgerais/artigo/0,,929885,00.html


MEC lança dicionário digital para deficientes auditivos. PC News. IDG Now. 16/10/2002.
http://idgnow.terra.com.br/idgnow/pcnews/2002/03/0051

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Disponível em http://www.crmariocovas.sp.gov.br/ees_a.php?t=001

domingo, 13 de dezembro de 2009

Fórum Educação Especial

II Fórum Regional de Educação Especial da Costa Verde realizado em Mangaratiba em 2008. Além das palestras, houve relatos de experiências bem-sucedidas de inclusão dos alunos com necessidades especiais nos municípios participantes. Ao meu lado na foto um dos palestrantes que mais emocionou os presentes neste evento.

Três dias para ver

O que você olharia se tivesse apenas três dias de visão?

Helen Keller (1880-1968), uma mulher extraordinária, cega, surda e muda desde bebê, nos chama a atenção para a apreciação de nossos sentidos, algo que normalmente não percebemos. Apenas de posse do sentido do tato e uma perseverança inigualável, sob a orientação de Anne Sullivan Macy, Keller pôde aprender a ler e escrever pelo método Braille, chegando mesmo a falar, por imitação das vibrações da garganta de sua preceptora, as quais captava com as pontas dos dedos. O esforço de sua mente em procurar se comunicar com o exterior teve como resultado o afloramento de uma inteligência excepcional, considerada a maior vitória individual da história da educação. Ela foi uma educadora, escritora e advogada de cegos. Tinha muita ambição e grande poder de realização. Ao lado de Sullivan, percorreu vários países do mundo promovendo campanhas para melhorar a situação dos deficientes visuais e auditivos. É considerada uma das grandes heroínas do mundo. A Srta. Helen alterou nossa percepção do deficiente.
Publicado no Reader’s Digest (Seleções) há 70 anos. Texto selecionado por Silvia Helena Cardoso
Várias vezes pensei que seria uma benção se todo ser humano, de repente, ficasse cego e surdo por alguns dias no principio da vida adulta. As trevas o fariam apreciar mais a visão e o silencio lhe ensinaria as alegrias do som.
De vez em quando testo meus amigos que enxergam para descobrir o que eles vêem. Há pouco tempo perguntei a uma amiga que voltava de um longo passeio pelo bosque o que ela observara. “Nada de especial”, foi à resposta.
Como é possível, pensei, caminhar durante uma hora pelos bosques e não ver nada digno de nota? Eu, que não posso ver, apenas pelo tacto encontro centenas de objetos que me interessam. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos pela casca lisa de uma bétula ou pelo tronco áspero de um pinheiro. Na primavera, toco os galhos das árvores na esperança de encontrar um botão, o primeiro sinal da natureza despertando após o sono do inverno. Por vezes, quando tenho muita sorte, pouso suavemente a mão numa arvorezinha e sinto o palpitar feliz de um pássaro cantando.
Às vezes meu coração anseia por ver tudo isso. Se consigo ter tanto prazer com um simples toque, quanta beleza poderia ser revelada pela visão! E imaginei o que mais gostaria de ver se pudesse enxergar, digamos por apenas três dias.
Eu dividiria esse período em três partes. No primeiro dia gostaria de ver as pessoas cuja bondade e companhias fizeram minha vida valer a pena. Não sei o que é olhar dentro do coração de um amigo pelas “janelas da alma”, os olhos. Só consigo “ver” as linhas de um rosto por meio das pontas dos dedos. Posso perceber o riso, a tristeza e muitas outras emoções. Conheço meus amigos pelo que toco em seus rostos.
Como deve ser mais fácil e muito mais satisfatório para você, que pode ver, perceber num instante as qualidades essenciais de outra pessoa ao observar as sutilezas de sua expressão, o tremor de um músculo, a agitação das mãos. Mas será que já lhe ocorreu usar a visão para perscrutar a natureza íntima de um amigo? Será que a maioria de vocês que enxergam não se limita a ver por alto as feições externas de uma fisionomia e se dar por satisfeita?
Por exemplo, você seria capaz de descrever com precisão o rosto de cinco bons amigos? Como experiência, perguntei a alguns maridos qual a exata cor dos olhos de suas mulheres e muitos deles confessaram, encabulados, que não sabiam.
Ah, tudo que eu veria se tivesse o dom da visão por apenas três dias!
O primeiro dia seria muito ocupado. Eu reuniria todos os meus amigos queridos e olharia seus rostos por muito tempo, imprimindo em minha mente as provas exteriores da beleza que existe dentro deles. Também fixaria os olhos no rosto de um bebê, para poder ter a visão da beleza ansiosa e inocente que precede a consciência individual dos conflitos que a vida apresenta. Gostaria de ver os livros que já foram lidos para mim e que me revelaram os meandros mais profundos da vida humana. E gostaria de olhar nos olhos fiéis e confiantes de meus cães, o pequeno scottie terrier e o vigoroso dinamarquês.
À tarde daria um longo passeio pela floresta, intoxicando meus olhos com belezas da natureza. E rezaria pela glória de um pôr-do-sol colorido. Creio que nessa noite não conseguiria dormir.
No dia seguinte eu me levantaria ao amanhecer para assistir ao empolgante milagre da noite se transformando em dia. Contemplaria assombrado o magnífico panorama de luz com que o Sol desperta a Terra adormecida.
Esse dia eu dedicaria a uma breve visão do mundo, passado e presente. Como gostaria de ver o desfile do progresso do homem, visitaria os museus. Ali meus olhos, veriam a história condensada da Terra -- os animais e as raças dos homens em seu ambiente natural; gigantescas carcaças de dinossauros e mastodontes que vagavam pelo planeta antes da chegada do homem, que, com sua baixa estatura e seu cérebro poderoso, dominaria o reino animal.
Minha parada seguinte seria o Museu de Artes. Conheço bem, pelas minhas mãos, os deuses e as deusas esculpidos da antiga terra do Nilo. Já senti pelo tacto as cópias dos frisos do Paternon e a beleza rítmica do ataque dos guerreiros atenienses. As feições nodosas e barbadas de Homero me são caras, pois também ele conheceu a cegueira.
Assim, nesse meu segundo dia, tentaria sondar a alma do homem por meio de sua arte. Veria então o que conheci pelo tacto. Mais maravilhoso ainda, todo o magnífico mundo da pintura me seria apresentado. Mas eu poderia ter apenas uma impressão superficial. Dizem os pintores que, para se apreciar a arte, real e profundamente, é preciso educar o olhar. É preciso, pela experiência, avaliar o mérito das linhas, da composição, da forma e da cor. Se eu tivesse a visão, ficaria muito feliz por me entregar a um estudo tão fascinante.
À noite de meu segundo dia seria passada no teatro ou no cinema. Como gostaria de ver a figura fascinante de Hamlet ou o tempestuoso Falstaff no colorido cenário elisabetano! Não posso desfrutar da beleza do movimento rítmico senão numa esfera restricta ao toque de minhas mãos. Só posso imaginar vagamente a graça de uma bailarina, como Pavlova, embora conheça algo do prazer do ritmo, pois muitas vezes sinto o compasso da música vibrando através do piso. Imagino que o movimento cadenciado seja um dos espetáculos mais agradáveis do mundo. Entendi algo sobre isso, deslizando os dedos pelas linhas de um mármore esculpido; se essa graça estática pode ser tão encantadora, deve ser mesmo muito mais forte a emoção de ver a graça em movimento.
Na manhã seguinte, ávida por conhecer novos deleites, novas revelações de beleza, mais uma vez receberia a aurora. Hoje, o terceiro dia, passarei no mundo do trabalho, nos ambientes dos homens que tratam do negócio da vida. A cidade é o meu destino.
Primeiro, paro numa esquina movimentada, apenas olhando para as pessoas, tentando, por sua aparência, entender algo sobre seu dia-a-dia. Vejo sorrisos e fico feliz. Vejo uma séria determinação e me orgulho. Vejo o sofrimento e me compadeço.
Caminhando pela 5ª Avenida, em Nova York, deixo meu olhar vagar, sem se fixar em nenhum objeto em especial, vendo apenas um caleidoscópio fervilhando de cores. Tenho certeza de que o colorido dos vestidos das mulheres movendo-se na multidão deve ser uma cena espetacular, da qual eu nunca me cansaria. Mas talvez, se pudesse enxergar, eu seria como a maioria das mulheres – interessadas demais na moda para dar atenção ao esplendor das cores em meio à massa.
Da 5ª Avenida dou um giro pela cidade – vou aos bairros pobres, às fábricas, aos parques onde as crianças brincam. Viajo pelo mundo visitando os bairros estrangeiros. E meus olhos estão sempre bem abertos tanto para as cenas de felicidade quanto para as de tristeza, de modo que eu possa descobrir como as pessoas vivem e trabalham, e compreendê-las melhor.
Meu terceiro dia de visão está chegando ao fim. Talvez haja muitas atividades a que devesse dedicar as poucas horas restantes, mas aço que na noite desse último dia vou voltar depressa a um teatro e ver uma peça cômica, para poder apreciar as implicações da comédia no espírito humano.
À meia-noite, uma escuridão permanente outra vez se cerraria sobre mim. Claro, nesses três curtos dias eu não teria visto tudo que queria ver. Só quando as trevas descessem de novo é que me daria conta do quanto eu deixei de apreciar.
Talvez este resumo não se adapte ao programa que você faria se soubesse que estava prestes a perder a visão. Nas sei que, se encarasse esse destino, usaria seus olhos como nunca usara antes. Tudo quanto visse lhe pareceria novo. Seus olhos tocariam e abraçariam cada objeto que surgisse em seu campo visual. Então, finalmente, você veria de verdade, e um novo mundo de beleza se abriria para você.
Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão. E o mesmo se aplica aos outros sentidos. Ouça a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos. Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tacto. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não mais sentissem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sentidos; goze de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários meios de contacto fornecidos pela natureza. Mas, de todos os sentidos, estou certa de que a visão deve ser o mais delicioso.

Direto do Paraná

Relato de atividade 2

Falar das experiências que tivemos ao longo do curso é também um desafio, talvez o menor deles pois grande foram os momentos de troca que tivemos nos últimos meses. Uma das experiências que me rendeu uma grande ansiedade foi a utilização do computador, com os olhos vendados, por meio de Dosvox. Lembro que meu marido ao lado ficou observando, muito curioso as dificuldades ue apresentei por não conhecer plenamente o programa e por não ter tanta familiaridade entre o teclado e meus dedos. Com certeza os olhos fazem toda diferença. E o Dasher, escrever uma carta no programa, pra mim foi complicado, meus olhos comandam meus dedos muito bem, poderia dizer até que rápido mas a minha mão sinceramente levou uma surra para começar a escrever. Na verdade, percebi depois de utilizar algumas vezes que a maior dificuldade é mesmo a falta de prática e a dificuldade de desaprendermos as coisas que sabemos e assim aprender coisas novas e bem bacanas. Abaixo, deixo o documento postado no meu portifólio, que relata a experiência da atividade 3 do módulo 2.

O Dosvox, embora eu já tivesse ouvido falar dele, não tinha tido a oportunidade de utilizá-lo assim como o Dasher. Ambos eu instalei no meu computador e fui, dentro das minhas possibilidades utilizando porque como coloquei no texto da atividade 2 deste módulo “sou uma pessoa que fica horas na frente do computador, que abre muitas janelas e que realiza um série de atividades simultaneamente do tipo, entro no Orkut e vejo fotos, mando scraps, participo das comunidades enquanto falo no MSN com várias pessoas e ainda entro nos ambientes dos cursos que realizo. É muita informação em um período muito curto”. Utilizar os programas foi extremamente difícil porque exigiu de mim paciência durante um estágio de ansiedade, no entanto, foi bom para conhecer a mim e perceber minhas próprias limitações.
Eu, particularmente, não consigo avaliar o Dosvox e o Dasher pela ótica da pessoa com deficiência até pela diferença das necessidades que eles atendem, mas pelo meu ver e pela minha experiência em utilizar os programas nos últimos dias, o Dosvox é mais complexo e exige da pessoa que o utiliza um conhecimento mais aprimorado. São pré-requisitos que vão além do fato da pessoa ser alfabetizada. Ela tem que ter um domínio muito grande do teclado. Tem que ter conhecimento das inúmeras possibilidades que o programa oferece que, em minha opinião, vai além da simples leitura da tela do computador. A atividade proposta de digitar uma frase sem o auxilio visual foi um desafio muito maior que digitar a frase impondo limitações motoras, mas que clarifica para nós enquanto professores não só as dificuldades dos que possuem necessidades educacionais especiais, mas as possibilidades que esses portadores tem de desenvolverem inúmeras competências a partir da acessibilidade digital.

Um pouco de nós...

"Algumas pessoas são tão especiais que nos fazem feliz apenas pelo fato de simplesmente existirem."

Relato de atividade 1

Na imagem desta postagem está a carta que elaborei cumprindo a proposta da atividade 4 do módulo 2 do Curso de Formação Continuada em Tecnologia da Informação e Comunicação Acessivel.
Esta foi uma tarefa bem legal de ser desenvolvida embora eu tenha tido algumas dificuldade em encontrar as ilustrações utilizadas na carta. Foi efetivamente a primeira vez que trabalhei com este material. Antes eu já o tinha visto em algumas escolas mas não tinha prestado muito atenção. Pensar nessa forma de comunicação se tornou um desafio durante a atividade porque enquanto aluna do curso e produtora da carta eu tive que me colocar no papel daquele que a envia e daquele que a recebe. Estabelecer essa counicação foi sem dúvida minha maior preocupação porque lá no fundo me senti um pouco limitada com o material ilustrado disponível. Mas, descobri também durante a realização da atividade que posso construir minhas próprias pranchas de comunicação e realizar outras atividades a partir delas. Isso sem dúvida acrescentou muito a minha prática nas atividades posteriores.

CAA

Comunicação Aumentativa e Alternativa

A fala é a forma de expressão mais utilizada pelos seres humanos quando pretendem comunicar. No entanto, há muitas pessoas que, por razões diversas, estão incapacitadas de utilizar a fala de uma forma eficaz, tendo, contudo necessidades e capacidades comunicativas idênticas às pessoas falantes. Consequentemente, é necessário proporcionar-lhes tão cedo quanto possível um “sistema alternativo e aumentativo de comunicação”. Este deverá ser um sistema integrado que engloba um conjunto de Técnicas, Ajudas, Estratégias e Capacidades que uma pessoa com dificuldades de comunicação necessita para poder comunicar.
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Existem diversos Sistemas Aumentativos de Comunicação, desde gestos ou signos manuais, a quadros de comunicação baseados em sistemas de símbolos gráficos até sistemas mais sofisticados baseados no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação. A Comunicação Aumentativa refere-se pois a qualquer tipo de comunicação suplementar ou de suporte que complemente o processo de comunicação ajudando uma pessoa a comunicar e a interagir com o meio envolvente.
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A quem se destina: Qualquer pessoa independentemente da idade, do tipo e do grau de incapacidade que apresenta, pode e deve utilizar a comunicação aumentativa. Os sistemas aumentativos de comunicação podem servir como um meio temporário, como um meio aumentativo ou como um meio de comunicação a longo prazo. São potenciais utilizadores pessoas afectadas por paralisia cerebral, autismo, deficiência mental, acidentes vasculares cerebrais, traumatismos crâneo-encefálicos, doenças neurológicas progressivas, etc.
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A Comunicação Aumentativa e Alternativa considera-se um instrumento essencial para as pessoas com incapacidade de utilizar a fala. É uma ciência que tem vindo a desenvolver-se desde o princípio dos anos 80, evidenciando o potencial comunicativo das pessoas que não falam quando têm acesso à utilização de meios alternativos e aumentativos de comunicação. Através destes meios, as pessoas podem expressar os seus desejos e os seus sentimentos e tomar decisões sobre a sua própria vida. Desta forma, podem fazer amigos, ir à escola ou trabalhar e colaborar nas suas comunidades.
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In Folheto Informativo da UTAAC - CRPCCG

sábado, 12 de dezembro de 2009

Uma linda carta

O curso

Eu estava pensando no que escrever para concluir algumas atividades do curso nesse espaço, que é mais meu por paixão do que por exercício. Fiquei um bom tempo pensando até chegar a conclusão de que este meu primeiro relato não deveria ser propriamente de uma atividade mas do que o curso em si tem representado em minha vida.
Um curso que poderia passar até despercebido por conta das múltiplas tarefas que exerço nos últimos meses sido fonte de prazer e crescimento. Conseguiu me roubar do Orkut, e olha que ele apela até hoje e reclama minha ausência. Ajudou-me a voltar a ler, não só por prazer, isso eu voltei a fazer influenciada por outras coisas, mas a ler com outro olhar, um olhar que eu já conhecia dos tempos da faculdade e que estava sumido dos meus olhos, um olhar extremamente curioso, com fome de aprender. Olhar este que não se atém apenas no ver, é o olhar que contamina todo um corpo e que muda a realidade do entorno. Olhar que influencia nas palavras, algumas bem novas no vocabulário, que muda as perguntas e que traz consigo respostas desconhecida até pouco tempo.
Um curso que mudou o curso dos meus pensamentos, que fortaleceu meu encanto por pessoas que antes eram diferentes e que agora, mesmo diferentes, tem tanto em comum comigo. Antes eram apenas os surdos, eles ainda são meus xodós, libras, por algum motivo minha grande paixão. Mas outros comprometimentos diferentes da surdez tem se tornado motivos de superação dos meus medos, dúvidas e preconceitos.
As dificuldades estão ai para serem superadas. E eu tive algumas, pra não falar muitas. Não é fácil estudar sozinha, estudar em casa, estudar durante as folgas do trabalho e às vezes fazer do trabalho o próprio estudo. Mesmo com todo o apoio virtual, formadores e tutores não podem dizer em alto e bom tom: Mocinha, já fez suas atividades hoje!? É uma frase estilo meio mãe, mas que os professores utiliza lá dentro da alma. Minha Rosa preferida consegue traduzir isso nas inúmeras visitas que faz ao ambiente pra ver se tem atualização. Não sei se aparecem para ela as estrelinhas amarelinhas (são os asteriscos) que aparecem pra mim quando há algo de novo no ambiente para eu ver. Mas mesmo sem aparecer toda atualização é sinal que mais uma etapa foi vencida.
Aproveitando o assunto, confesso, agora falando unicamente por mim, que já entrei no ambiente muitas vezes procurando essas estrelinhas, não queria ver as novidades das tarefas ou as atividades feitas pelos colegas, mas o retorno do que eu tinha feito. Isso gera uma senhora ansiedade, não tão imensa quanto a ansiedade pela espera dos “A”s que representam efetivamente o dever cumprido, mas gera.
Voltando ao curso, um curso que me surpreendeu pela qualidade do material, pela receptividade das pessoas que mesmo distante se fazem tão presentes e também pela dinâmica de tudo que é ministrado, que mesmo sendo complicado para uns, como observamos pelas tarefas acumuladas e desistências, tem se tornado a cada dia combustível de aprendizagem para outros. Combustível capaz de mudar o rumo das idéias e proporcionar não apenas possibilidades de troca, mas grandes oportunidades de crescimento de todos os envolvidos e alcançados com o que construímos no ambiente do TelEduc através da UFRGS.
Bem, é isso por enquanto!